segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Desenvolver a leitura de partitura e notação musical

Partitura
A competência de ler e interpretar proficientemente uma partitura, é algo que todos os músicos deveriam trabalhar para adquirir.
Mesmo que não queira ser profissional, e a música seja uma arte reservada para as horas de lazer, a capacidade de ler uma pauta e perceber o que os símbolos e sinais lá transcritos significam, irá melhorar muitos campos do seu desenvolvimento musical

Esta valência permitir-lhe-à ser mais rápido no estudo do seu instrumento, tocar diferentes estilos e periodos musicais, obter melhores resultados em audições e comunicar melhor em ensaios de banda e ensemble.
De igual modo, não dependerá de ninguém, nem de nenhuma fonte oral, de nenhum vídeo ou testemunho para reproduzir fielmente o que o autor originalmente pretendia.
Naturalmente que, quanto mais evoluído tecnicamente for num instrumento, e menos limitações de execução tiver, mais imediata e intuitiva esta tarefa se pode tornar.
A não ser que seja, por exemplo, um experiente pianista acompanhador, habituado e treinado a exercer a leitura à primeira vista de complexas peças, estas sugestões poderão ser-lhe úteis no seu percurso musical. 

Franz Liszt
Franz Liszt, famoso compositor e pianista húngaro do século XIX, para além de ser um virtuoso do seu instrumento, possuía uma enorme capacidade de leitura à primeira vista.
O seu contemporâneo, o norueguês Edvard Grieg, um dos mais importantes nomes do período romântico, dizia sobre Liszt:

"Ele dominava por completo o piano, sem nunca falhar uma nota, e impressionava a forma como tocava! Com grandeza, beleza, génio, e uma interpretação única. [No fim] penso que me ri, ri-me como um idiota"



Desenvolver uma rotina eficiente para ler melhor qualquer partitura envolve dominar alguns conceitos base e todo o glossário musical inerente a esta actividade.
Concentração e foco total na tarefa, bem como realizá-la calma e ponderadamente, são, de igual modo, factores essenciais.
Se este conhecimento inicial estiver assimilado, eis os pontos-chave que devem ser tomados em atenção:

Armação de clave - Quantos sustenidos ou bemóis são apresentados, e que tonalidade reflectem?

Indicação de compasso - Quantos tempos contém cada compasso? O número de batidas é uniforme em toda a música?

Andamento - Qual a pulsação certa para executar a peça, tal como o autor pede? A que velocidade devemos tocar a peça e atribuir o valor relativo das figuras.
O andamento pode ser expresso em linguagem corrente musical (Adagio, Allegro, Andante) ou em BPM (Batidas por minutos - ex. 120)

Estrutura - Existem padrões rítmicos repetitivos ao longo da peça? Varia frequentemente?
Quantos vozes, no caso de tocarmos um instrumento harmónico, estamos a recriar?
Caso encontre numa primeira abordagem figuras e padrões rítmicos que desconheça, isole esses momentos, e trabalhe-os separadamente até entender claramente como são expostos.

Estilo - Perceba, de igual forma, a que período a peça se remete. A interpretação, os ornamentos, a articulação e toda a exposição do tema é influenciado pela época em que foi escrito.
Tocar barroco da mesma forma que se interpreta uma peça do período romântico, por melhor executada que esteja tecnicamente, descontextualiza e descaracteriza imediatamente uma obra.

Para além de cuidarmos de todos os aspectos mencionados em cima, manter um tempo constante, progredir ainda que se façam erros, respirar acertadamente, relaxar e ser musical, são características que podem contribuir positivamente para um estudo eficiente.

Se gostaria de desenvolver mais este, ou outros elementos da sua aprendizagem musical, estamos disponíveis para o ajudar online, ou podem encontrar-nos em Coimbra, na Ladeira das Alpenduradas.
A Academia de Música da Scherzo está aberta de Segunda a Sábado e os professores sempre empenhados em o orientar da forma mais personalizada e metódica possível.

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